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(Aplicação da Fábula “Pedro e o Lobo” na Saúde)
Enfª Ana Eugênia Loyolla Hollanders
Ouvimos o som de sirene e ambulância parando na rampa de atendimento do Pronto Socorro, e a seguir, acionado código de urgência para equipe do Pronto Socorro, era nosso plantão...
Maca na porta, funcionários para auxiliar retirar paciente, mobilizamos vários componentes da equipe para o atendimento: médico, enfermeiro, técnicos em enfermagem, recepcionista, auxiliar de maca... um paciente que, ao ser retirado da ambulância, estava em franca crise convulsiva.
Leva-se rapidamente a paciente, mulher jovem, para a sala de urgência, feita transferência para a maca fixa, mantemos sua cabeça voltada para o lado e a protegemos para evitar lesões, preparamos material para puncionar veia, instalar soro para manter acesso venoso e possibilitar administração de medicação, oxigenação, aspiração...
Sendo feita avaliação médica, paciente aparentemente em crise convulsiva prolongada... inconsciente, contorcendo-se, debatendo-se, boca travada e cheia de saliva , discreta cor azulada ( cianose) em lábios.
Ao comando médico de medicação venosa para cessar a crise, garrote no braço, iniciamos a punção venosa (pegar veia) para administrar a medicação e ... imediatamente, a crise naquele braço cessa...
Nova reavaliação médica, aguardamos comando para continuar medicação e novas ações. Nosso colega, plantonista médico, solicita manter cateter (tubo) nasal de oxigênio e colocar a paciente na cama com grade, observar e suspender medicação, paciente já mais rosada.
Transferimos a paciente de leito, ainda com agitação motora, debatendo-se um pouco menos.
Ao colocarmos na cama, paciente abre os olhos e inicia serie de palavras de baixo calão (xingamentos) dirigindos a nossa equipe, agride funcionária da enfermagem que estava perto de seu leito, levanta-se e xingando ainda, a altos brados, queixando-se do péssimo atendimento, sai do hospital andando,como se nada houvesse ocorrido...
Dois dias depois... ambulância com sirene tocando na rampa... mesmo esquema providenciado... maca, pessoal para retirar o paciente, e encontramos, para nossa surpresa, a paciente do plantão anterior novamente com provável crise convulsiva.
Repete-se todo o processo... sala de urgência, preparo para medicação, avaliação médica e novamente ao garrotearmos o braço, cessa a convulsão... Paciente desta vez fica na sala de urgência, com acompanhante.
Assim que saímos da sala, paciente levanta e sai correndo do pronto socorro, agredindo a todos que encontra em seu caminho...
Alguns dias depois, sirene na rampa, retiramos a mesma paciente dos dias anteriores desacordada, cianótica, sem reagir a qualquer estimulo, levamos para a urgência, medicamos conforme solicitação médica e aguardamos o neurologista para avaliação desta , pois indicava sinais de alteração neurológica instalada, estando em estado de coma .
Questionamos ao acompanhante o que ocorreu, e esta referiu que, a paciente apresentou aquele quadro em casa varias vezes naquela semana sempre depois de discussões familiares, sendo levada a vários serviços de urgência além do que se encontrava agora mas, nos hospitais sempre voltava ao normal após alguns momentos de atendimento, principalmente quando ninguém tomava qualquer providencia... cansados de atender a urgência que não parecia real, e da agressividade demonstrada pela paciente nestes momentos, deixaram-na por vezes, debatendo-se, e a crise passava sem ao menos sair de casa, mas, desta vez, ela não acordou...
Quanto a fábula : “ Pedro e o Lobo”
(fábula de Esopo de Sergei Prokofiev)
Conta-nos a história de Pedro, um típico rapaz da cidade, que vai passar as férias na casa do avô, na aldeia.
Entediado com a vida no campo, Pedro decide divertir-se à custa dos aldeãos. Para isso, inventa que viu um lobo perto do rebanho e grita por socorro. Os aldeãos acodem varias vezes, mas afinal é tudo mentira.
O pior é quando o lobo aparece de fato e cumpre a sua natureza, dizimando o rebanho e ferindo Pedro.
É a vez de Pedro demonstrar a sua coragem. Como qualquer outro rapaz da sua idade, compreenderá então, à sua própria custa, a importância de respeitar os outros para ser respeitado e acreditado.
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