Confiança
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Chegou-nos certa manhã, uma menina, de aproximadamente seis anos, vitima de acidente em escola:
- “A porta foi fechada por um de seus amiguinhos e pegou seu dedo”, contou a professora que a acompanhava.
Descobrimos a mão que estava enrolada em panos limpos, esperando encontrar um corte, mas o que encontramos não foi muito agradável: amputação de falanges (ponta de dedo) do dedo médio e anular.
A criança olhava tudo que fazíamos, e não houve como esconder os toquinhos de dedo que restaram. Mas a corajosa menina não chorava enquanto limpávamos, só observava.
Chega a mãe, que havia sido chamada pela própria professora, e esta, ao ver o que havia acontecido, desmaia. Chamamos um colega para atender a mãe até que esta estivesse consciente novamente.
Criança avaliada pelo plantonista, chamado ortopedista para decidir o que fazer.
Ao chegar e avaliar a lesão, o ortopedista conversa com a mãe já acordada e chorando, explica a situação dos dedinhos da criança e tratamento a ser adotado e solicita que a criança seja encaminhada ao bloco cirúrgico para fazer um “coto”, pois não havia como reimplantar o pedaço cortado (que a professora havia guardado em um saquinho plástico).
A mãe acompanha a saída da maca com a criança já de camisola, que conversa conosco. E esta, vendo a mãe chorando, fala tranquilamente:
- “Mãezinha, não chora não, a professora disse que meu dedinho vai crescer novamente”, e estica, sorrindo, a mãozinha enfaixada para a mãe.
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