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Insônia

sábado, 26 de novembro de 2011

   Insônia
Ana Eugênia Loyolla Hollanders
Enfermeira


Estávamos de plantão, no Pronto Atendimento, numa bela e quente noite de sexta-feira.
Noite maravilhosa. Céu sem nuvens, lua como grande luminária a enfeitar o espaço pontilhado de estrelas.
Pensávamos que seria tranquila.
Ledo engano...  Acidentes e mais acidentes começaram a movimentar nossa jornada. Acidentes graves, com vários feridos, onde toda equipe se desdobrava na tarefa de atender a todos com rapidez e eficiência, com sincronismo, para garantir o sucesso de nossa luta pelo bem maior: o milagre da vida.
Soros, suturas, curativos, punções, massagem cardíaca e mais massagem cardíaca, corre aqui e  ali  a cada momento. 
Nossa noite foi passando rapidamente, sem um momento sequer para descanso.
Por volta das quatro horas da manhã, ainda lutando em uma reanimação cardíaca de um jovem traumatizado, eis que a porta da sala de urgência é aberta por uma senhora que solicita atendimento urgente.


Não sabendo o que estava ocorrendo, dirigi-me a porta e a senhora (elegantemente vestida) que, apesar de presenciar a atuação da equipe em manobra de reanimação, insistiu no atendimento.
Olhar atônito de todos frente a situação, dirijo meu olhar para o médico a cabeceira do jovem,  com ambu na mão, ventilando-o (pois nosso paciente não assumia seus movimentos respiratórios), e aguardo seu posicionamento. Por transmissão de pensamento, ou, por conhecer o olhar deste, acato a decisão não verbal e retiro-me da urgência levando comigo a insistente senhora.
Dirijo-me ao consultório médico com a suposta paciente e solicito que  fique sentada. Feito isto, recebo das mão do guarda, a ficha de atendimento onde seria anotada a queixa principal e dados vitais para uma rápida avaliação  para relatar ao médico o motivo da urgência.
Neste momento, ao iniciar o inquérito para levantamento de queixas, a paciente solicita permissão para que sua amiga entre no consultório, pois as duas estão com o mesmo problema.
Já estando eu fora da sala de emergência, permito a entrada da segunda paciente e reinicio a investigação e interrogatório conforme protocolo de triagem, conferindo identificação das pacientes, data e hora (05:12 h).
Ao questionar sobre motivo de procura ao atendimento médico de urgência, sou surpreendida com a resposta: 
- Viemos procurar o médico pois PERDEMOS O SONO!
Eu, cansada física, mental e emocionalmente para esta situação, tenho minha ultima surpresa da noite ao responder sem pensar : 
-  E vieram procurar o sono no Pronto Socorro ????

Levantei e voltei a Sala de Urgência...



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PALAVRAS FINAIS

Que bons ventos te tragam sempre...
e que bons ventos te levem...

mais leve, feliz,

tranquilo e

em paz!

Grande abraço!

Ana Eugênia


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