Tantas partes formam uma só pessoa...
...Uma parte de mim é mulher, mãe...
Uma parte de mim é razão, a outra, pura emoção.
a outra grita e esperneia.
outra parte cansaço.
Chegar, sonhar, partir, passar...
Uma parte de mim é amor, a outra parte...
nem sempre sei.
Ao traduzir-me, tento encontrar-me...
Vamos a descrição formal , mas nem tão convencional...
Mulher, mãe de tres filhos ( Tati, Dani e Edu - os melhores que alguem poderia ter e a quem amo demais mas, do meu jeito),
ama aventuras.
Enfermeira ( graduada pela EERP - USP), com algumas especializações e outras ainda em andamento.
Docente em cursos profissionalizantes - onde adoto outros tantos filhos ( filhos do compartilhar saberes).
mas, pensa com carinho no amanhã.
Ambas as profissões voltadas para o "cuidado ao ser humano".
Um pouco de mim...
01/12/2011
Meus Medos
Sempre fui mulher forte, que a poucas coisas temeu. Nas muitas viradas da vida levantei a cabeça e segui em frente enfrentando-as incansavelmente. Esmoreci algumas vezes, mas enfrentei, nunca desisti, se não por mim, pelos que amo e amei e ainda, junto com os que amei.
Medo do amanhã, do desconhecido, da morte, não tenho. Sei que o amanhã pode não chegar e que a morte é certeza da vida, é natural. Convivo com ela bem próxima, no meu dia a dia, mas, não quero morrer cedo. Quero viver o amanhã e ver meus filhos crescerem, tornarem-se adultos, acompanhar suas vitórias, apoiá-los no que for possível. Quero acalentar e mimar meus netos , vê-los também crescer.
Quero fazer muita coisa que ainda não pude, como conhecer pessoas, lugares, crenças e muito mais.
Sempre enfrentei lutas e batalhas, medos, tenho sim.
Tenho medo da ignorância humana, da agressão física e moral, do irracional, da estupidez. Tenho medo das ações impensadas praticadas por pessoas queridas descontroladas por ira, ciúme, vaidade ou orgulho.
Tenho grande medo do irracional. O irracional não tem ética nem moral, não é lógico, não segue regras, não segue a justiça de Deus ou dos homens.
Tenho medo da inveja, pois é a arma dos incompetentes, dos pobres de vontade e de espírito. E reside em pessoas insignificantes há quem pouco posso ajudar, pois agem à surdina, com maldade no coração, trazendo escuridão e espalhando tristeza e dor. Pouco posso fazer por elas, por isso temo a inveja.
Tenho medo de tempestades. Tempestades emocionais, descontroles que atingem minha vida e assim, atingem também aos que amo. Que me transformam em um ser desagradável, incontrolável. Temo a depressão como a euforia sem limites. Tenho medo de perder a lucidez, de tornar-me insana, de transmitir a insanidade.
Tenho medo da castração da liberdade. Liberdade de ir e vir, de decidir o caminho a seguir, do não poder escolher, de não poder errar, de não poder tentar. Tenho medo da incapacidade, da dependência. Tenho medo da impotência.
Tenho medo da fragilidade do corpo e da mente com a alteração natural de suas funções, temo as limitações e com esta a perda da dignidade, da identidade, do ser eu, com tudo o que isto implica.
Tenho medo da velhice e da limitação imposta por esta superar a capacidade e a vontade de viver, de trabalhar, de reagir, de caminhar, de lutar pelos meus objetivos, meus sonhos, minhas vontades.
Temo a injustiça, pois esta gera ódio que corrói o coração com sentimentos de revolta, maldade e vingança e estes impedem e neutralizam o amor e o perdão.
Mas ter medo significa capacitar-me dia a dia, conviver com eles e superá-los, significa sobreviver, adaptar-me.
A tempo de guardar e tempo de lançar fora meus medos. Tempo de esperar e tempo de caminhar sem medo de seguir em frente. Este sempre é o meu tempo...
14/01/2013
Sigo assim....
Este outro lado é muito importante e quero que você que lê agora pense nele e ...
E ainda tem essa...
30/12/2011
Reencontro
Ana Eugênia Loyolla Hollanders
Trinta de Dezembro, dia que antecede a virada do ano. Dia de contagem regressiva, nem sempre aguardando o ano novo, hoje espero a chegada das oito horas da noite. Horário para o reencontro.
Pessoas passam por nossas vidas de formas diferentes, rápido, demorando-se mais um pouco ou passam conosco longos períodos, cada uma deixando sua marca que pode ser superficial, especial ou marca eterna.
O tempo leva-nos a torná-los por momentos esquecidos, talvez pela distância, mas continuam dentro de nós, adormecidos, creio que para não ficarmos saudosos demais com as lembranças.
Esses companheiros de caminhada saem de nossas vidas por motivos conhecidos ou nem tão conhecidos, e continuam suas jornadas de encontros com outras pessoas, marcando e talvez mudando outras vidas e tendo suas vidas transformadas.
Somos o resultado de todos estes encontros.
Nossas principais justificativas a utilizarmos para adiar os reencontros são o receio, o medo do que iremos encontrar ou ainda não disponibilizarmos de tempo para tal empreitada. Muitas vezes ficamos na expectativa de alguém ter a iniciativa de um movimento para proporcionar uma reunião e em nossos tempos isso é tão fácil...
Quando ficamos muito tempo distante destas pessoas, não dias ou semanas, mas anos, pode acontecer de não nos atentarmos ao carinho que sustentamos por elas. Basta um reencontro, no entanto, para que todos os sentimentos ressurjam. Então, o desejo de usufruir o máximo possível da oportunidade de estar próximo daquele que detém nosso carinho nos invade e uma nova separação fica difícil.
Hoje reencontro com amigos especiais, com os quais cresci, e na minha juventude, abandonei. E não somente separei-me da convivência com estes, mas deixei para trás muitas outras coisas tão importantes como o amor a estas pessoas, a Deus, ao louvor a Ele.
Reencontro especial, repleto de lembrança boas, guardadas na memória. Muita emoção. Cantamos juntos, oramos juntos, choramos juntos, rimos juntos. Reencontrei a Turma da Metô graças à empreitada da Andreinha, não mais tão menina, mas sempre linda, por dentro e por fora.
Agradeço a ti por rever pessoas importantes para mim e que estavam guardadas no meu coração: Marcão, Luizão, Zali, Rosangela, Paty, Claudio, Claudia, Acácio, Edu (e suas pernas, rsrsrs), Cris e Nocetti, Riviane, João, Gladstone.. tantos juntos.
Quero crer em breve teremos outro reencontro feliz, marcado pelo amor de irmãos escolhidos por nós, parte de uma grande família.
Deus os abençoe!
09/2011
Enfermagem , velhice e perspectivas
Enfª Ana Eugênia L. Hollanders de Moura
Trabalhar na área de saúde-Enfermagem é lidar com vidas, vidas humanas importantes, frágeis e insubstituíveis.
É atuar com indivíduos saudáveis, outros com deficiências orgânicas e/ou mentais, alguns com limitações ou totalmente dependentes, e ainda, trabalhar com outras equipes e profissionais.
É um segmento extremamente rico em oportunidades, onde o leque destas oportunidades tem aumentado com o passar dos tempos, diferente de tantas outras profissões.
O avançar constante e acelerado da tecnologia voltada para a manutenção da vida, controle de doenças, interferência nas limitações causadas por essas e ainda, o aumento da expectativa de vida tem colaborado para o crescimento no campo de trabalho desta área em seus vários segmentos, e a cada dia novas portas se abrem, e estas precisam ser ocupadas de forma eficiente.
As exigências relativas aos profissionais inseridos e a serem inseridos neste mercado de trabalho, como temos visto, também estão cada vez mais rigorosas e seletivas, exigindo dos profissionais conscientização das condições política, sociais e culturais, humanização no atendimento, acompanhamento diário das mudanças em tratamentos, conhecimento da tecnologia aplicada à área, adequação a informatização dos processos de trabalho, entre tantos outros.
Ao mesmo tempo, a mídia tem nos mostrado muitas cenas de profissionais da área de saúde trabalhando em ambientes pouco propícios a tratamentos, com sobrecarga de jornadas, tarefas e funções, onde a desvalorização do profissional apresenta-se na forma da cobrança do trabalhar muito nas condições que se apresentem, do “dar conta” do serviço sem importar-se com a qualidade deste, na economia de mão de obra com equipes reduzidas ao mínimo ou ainda abaixo deste, na imposição a estes profissionais de duplas ou triplas jornadas devido a salários há muito não condizentes com o razoável em prol de ganhos monetários, tudo isso podendo resultar em erros e “maus tratos” aos nossos clientes/pacientes/ amigos / familiares, por profissionais oprimidos por sistemas centenários ainda visando lucro e não o cuidado humanizado, a valorização da vida e do profissional.
Trabalhar na enfermagem é abraçar uma profissão que cuida de vidas, e vidas de indivíduos que são queridos e importantes para alguém. É uma profissão que deve ser respeitada e valorizada, devendo haver uma mobilização dos profissionais e dos órgãos competentes (Conselhos de Classe), políticos, representantes da sociedade para uma revisão na legislação e fixação de piso salarial compatível com a responsabilidade de nossas funções para com o cuidado com o ser humano, para evitar que condições desrespeitosas que propiciem a erros e desrepeitos continuem acontecendo.
Numa população que avança em idade e com o chegar desta ocorre, pelo seu próprio processo de envelhecer, alterações biológicas, psicológicas e sociais podendo muitas vezes resultar em doenças, muito trabalho nos aguarda, não somente no cuidado ao individuo com comprometimento da saúde, mas na prevenção da doença, na preservação da qualidade de vida do ser humano e do ambiente em que esta inserido.
Novas políticas de saúde voltadas para este amplo cenário se apresentam, devemos então, voltar nossos olhos para o futuro da nossa população, hoje compreendida em 16 milhões de indivíduos com idade superior a 60 anos, e com uma perspectiva de vida ainda maior.
O envelhecimento saudável é a aspiração de qualquer individuo, nas mais diferentes culturas, mas, não basta somente querer envelhecer, temos que ter condições de envelhecer com qualidade de vida.
Qualidade de vida significa manter relacionamentos interpessoais, estar inserido em um ambiente acolhedor, aconchegante, confortável e seguro, ter saúde e equilíbrio emocional, fazer uso de experiências e saberes adquiridos com o passar dos anos, ter autonomia, manter sua intimidade, ter direito ao afeto e carinho, ter acesso a informações e conhecimentos, usufruir de todos os períodos de lazer, manter interação social, o desenvolvimento de hobbies e interesses, ter bens materiais, trabalhar com prazer, ter vida sexual ativa, ser reconhecido como individuo e profissional, ter acesso a serviços de saúde individuais e coletivos.
Segundo estatísticas, no Brasil a cada ano acrescentam-se 200 mil pessoas maiores de 60 anos (MS, 2005), mas segundo o IBGE, o numero de idosos passará de 32 milhões em 2025 o que corresponderá a 15 % de nossa população total.
A enfermagem deve voltar-se também para o cuidado a estes indivíduos com mais de 60 anos e ainda com os que caminham para esta melhor idade, promovendo ações e assumindo patitudes para valorização do idoso, para a preservação de sua identidade , experiencia e cultura, a manutenção de sua autonomia, independência e dignidade além do cuidado com saúde, a diminuição de possíveis limitações (próprias ou não do processo de envelhecer).
Mudanças de valores devem ser avaliadas, a valorização do idoso, seus saberes, suas experiências devem ser celebradas.
A enfermagem deve trabalhar para que, em um mundo caminhando para um maior numero de idosos que jovens, que estes idosos possam ser respeitados como seres humanos que são, que suas limitações sejam compreendidas e respeitadas, que nossas crianças e nossos jovens possam compreender que não somente a juventude deva ser valorizada, e como o futuro esta ancorado no hoje, se não valorizarmos/preservarmos a identidade do idoso de nossos dias, assim ocorrerá em nossa velhice, à velhice que tanto tememos hoje.