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Educação, perfil profissional e mercado de trabalho

sábado, 1 de outubro de 2011

Educação, perfil do profissional e mercado de trabalho

Ana Eugenia Loyolla Hollanders 


A preocupação com a educação profissional acompanha as práticas humanas, desde os períodos mais remotos da história, quando os seres humanos transferiam seus saberes por meio de uma educação baseada na observação, na prática e na repetição e transmitiam os conhecimentos e técnicas utilizados no dia a dia que lhes serviam e facilitavam o seu cotidiano. Com este conhecimento adquirido e a prática vivenciada e  acumuladas as populações pré-históricas e as que se seguiram produziram soluções para enfrentarem os desafios impostos pelo ambiente no qual estavam inseridos bem como nas suas relações e interferências com os demais componentes ambientais, como ainda nas  alterações de costumes das diferentes populações e pontos de conquista. 
Com o avanço tecnológico as tarefas tornam-se indeterminadas pelas possibilidades de usos múltiplos dos próprios sistemas, a tomada de decisões passa a depender da captação de uma multiplicidade de informações obtidas através das redes informatizadas. O trabalho repetitivo, prescrito, é substituído por um trabalho de julgamento crítico, onde é preciso diagnosticar, prevenir, antecipar, decidir e interferir em relação a uma dada situação concreta de trabalho. A natureza deste tipo de trabalho reveste-se na imprevisibilidade das situações, nas quais o trabalhador ou o coletivo de trabalhadores tem que fazer escolhas e opções todo o tempo, ampliando-se as operações mentais e cognitivas envolvidas nas atividades e com estes novos aspectos de trabalho, a exigência do perfil profissional tornou-se crucial para o processo de seleção e contração.
O desenvolvimento da ciência e da tecnologia evidenciado atualmente operacionaliza mudanças cada vez mais acentuadas no mercado de trabalho, fazendo com que este esteja sempre em uma contínua mudança. O conhecimento científico e a tecnologia revolucionaram as bases materiais e morais da existência humana, modificando as aspirações do homem (Fernandes, 1966). Evidencia-se uma demanda pela automação dos serviços e até das relações humanas com a finalidade de se obter resultados mais rápidos; o domínio de técnicas é imprescindível e é associado à possibilidade de se apresentar soluções com a eficiência exigida pela modernidade (Rodrigues & Ramos, 2000). Assim, com uma rápida velocidade, exclusões são efetivadas, o que não está mais apropriado precisa adequar-se para não ser marginalizado.
As transformações sociais e econômicas do sistema capitalista, embora marcadas por movimentos contraditórios e heterogêneos e em meio a incertezas, oscilações e contradições, colocam novos e graves questionamentos em todo o mundo no século XXI. Este novo período traz muitas incertezas sobre o futuro da cidadania, sobretudo dentro e fora dos espaços de trabalho (Paixão & Figueiredo, 1996). Atualmente, a economia exige técnicos, especialistas que tenham conhecimento aprofundado e preciso em áreas que não existiam anteriormente. Essa procura por técnicos, bens e serviços tem se alterado com o progresso, aumentando, ainda, a demanda de trabalhadores em algumas profissões e reduzindo em outras. A automação e a computação eletrônica revolucionaram determinados campos de atividades, oferecendo maiores oportunidades para novas especialidades e também causando desemprego para mão de obra não qualificada (Super & Junior, 1980).
É impossível saber aonde se chegará com todos os avanços da ciência atrelados ao desenvolvimento da tecnologia e da globalização; mas, notadamente, os efeitos desses avanços já oferecem sinais de profundas modificações na vida das pessoas, das empresas e do mercado de trabalho (Rodrigues & Ramos, 2000). Esses avanços têm um impacto considerável em todas as áreas da vida; no mercado de trabalho, por exemplo, além de competência para o cargo a ser desempenhado, são exigidas do profissional novas habilidades que vão se tornando imprescindíveis, tais como saber trabalhar em equipe e ter criatividade. Essas habilidades são essenciais para que o profissional possa realizar satisfatoriamente o seu trabalho dentro dessa nova perspectiva (Farah & Frafoso, 2000).
Globalização e tecnologia da informação, em meio à constante aceleração dos fatos econômicos, estão criando novas profissões e tornando outras tantas obsoletas, alterando profunda e rapidamente o perfil das atividades profissionais.
Em decorrência desta situação, um novo perfil surge para o profissional e o mercado de trabalho: um profissional de formação geral sólida, equilibrado, competente, emocionalmente dedicado e comprometido e com seu trabalho, que identifique o que faz, portador de senso crítico, observador, competente, disponível, que tenha facilidade na compreensão objetiva e subjetiva de textos e tarefas a ele destinadas/ delegadas.
Este profissional deve comunicar-se eficazmente fazendo uso de conhecimentos, habilidades e atitudes para resolução de problemas de forma flexível e criativa, tendo iniciativa e capacidade de adaptação a novos ambientes e situações, dominando conhecimentos e técnicas especificas de seu trabalho, estabelecendo parcerias e compartilhando informações, que trabalhe individualmente e em equipe, que tenha como principio investir cada vez mais na sua carreira profissional dentro de uma organização, buscando a todo momento novas informações para construir e promover mudanças no seu modo de trabalho e como em seu ser inserido no mundo e na sociedade .
Estes profissionais devem ser indivíduos que detêm a capacidade de acumular experiências, conhecimentos e capacidade de criação e ainda, com disposição para o aprendizado contínuo, saber tudo sobre alguma coisa e alguma coisa sobre tudo! Ser dedicado, organizado e ter conhecimentos técnicos relacionados à área de atuação fazem parte desse novo profissional. Ou seja, um profissional renovado, apto a executar as tarefas com agilidade e competência.
Sendo assim as escolas e entidades educacionais, devem estar preparadas para a profissionalização, ampliando sua visão e buscando uma qualificação subjetiva e objetiva, estabelecendo planos que tragam uma vivência real do que é ser enquanto individuo e também o ser profissional, considerando todas as exigências impostas por este novo mercado de trabalho, visando o conhecimento, a prática, comunicação, a ética e o envolvimento profissional, além do desenvolvimento pessoal.
A educação profissional deve proporcionar uma educação geral intelectualizada, instigando o educando na busca de aquisição de cultura geral, em todas as suas facetas, a dominar o maior numero de informações e técnicas referentes a sua área de atuação, a atentar ao que faz, pensando na sua obra, na sua atuação, com capacidade de comunicação oral e escrita, fazendo uso da autocrítica, da auto avaliação como método de crescimento pessoal e profissional, usando a reflexão como ferramenta constante do trabalho. Esta educação deverá também valorizar e incentivar qualidades pessoais como ética, honestidade, integridade, disciplina, auto estima, autocontrole e autoconfiança. É preciso atentar às possibilidades que permitam conceber o trabalho como fator de dinamismo.
Deverá preparar o aluno a conhecer e dominar o modo de produção, participando ativamente na inovação, nas transformações das formas de produzir, proporcionando ainda que este se sinta harmonizado com o trabalho e realize-se pelo trabalho; preparar o profissional competente e o cidadão socialmente responsável, o sujeito-político comprometido com o bem-estar coletivo.
A qualificação real do trabalhador, e a educação profissional, compreendidas como um conjunto de competências e habilidades, saberes e conhecimentos, que provêm de várias instâncias, tais como, da formação geral (conhecimento científico e histórico), da formação profissional (conhecimento teórico e prático) e da experiência de trabalho e social (qualificações tácitas) deverá associar-se a compreensão da importância do "saber- ser", do aprender a “fazer-sabendo” do que somente atentar para o "saber-fazer". Deverá ter como meta o desenvolvimento do individuo com ser humano critico, conhecedor de suas habilidades, suas dificuldades e suas características e habilidades pessoais e técnicas.  E ainda, priorizar a valorização de seu caráter formativo em termos de solidariedade e interação, ética e profissionalismo que formam a base da cidadania efetiva.

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