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quarta-feira, 26 de setembro de 2012
A Arte de amar...
"O capitalismo moderno necessita de homens que cooperem sem atrito e em amplo número; que queiram consumir cada vez mais; e cujos gostos sejam padronizados e possam ser facilmente influenciados e previstos. Necessita de homens que se sintam livres e independentes, não submissos a qualquer autoridade, ou princípio, ou consciência — e contudo desejosos de ser mandados, de fazer o que se espera deles, de adequar-se em fricção à máquina social; que possam ser guiados sem força, dirigidos sem líderes, impulsionados sem alvos — exceto o de produzir bem, estar em movimento, funcionar, ir adiante. Qual é o resultado?
Partidas...
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
O Amor muitas vezes parte
não porque deixamos de saber o que fazer com ele
mas porque não sabemos mais o que fazer conosco mesmo.
Às vezes Pássaro às vezes Arvores.
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Há momentos na vida em que somos pássaros.
Queremos voar, mas nossas asas são curtas e não nos permitem chegar além do horizonte.
O que podemos está sempre além do que desejamos.
Há momentos na vida em que temos longas asas. Podemos alçar extensos vôos, mas nossos limites são determinados pelo peso das bagagens que a vida nos dá.
São malas que atendem por diversos nomes: Bom senso, juízo, medo.
Há os que se livram de seu peso e conseguem voar muito alto.
Alguns atingem destinos fantásticos; muitos conhecem o sabor do desastre.
Mas há momentos na vida em que deixamos de voar. É quando nos tornamos árvores,
João, simplesmente João
domingo, 8 de julho de 2012
Ana Eugênia Loyolla Hollanders de Moura
Isso mesmo, João... simplesmente João.
Acidente chegando, vindo
da Br 262, próximo a Ibiá-MG.
Trabalhava em um Pronto
Socorro básico, e nos chega um acidentado, muito ferido, mas ferimentos
aparentemente sem gravidade, sem acompanhantes, sem identidade, sem qualquer
documento.
É atendido e em sua
ficha de primeiros socorros identificado como "desconhecido", mas isso não
importava para o seguimento do cuidado da equipe do plantão.
Iniciamos nosso
trabalho: feitas limpezas, suturas, medicação, sondagens... tudo o que se fez necessário.
Avaliação da consciência: paciente em coma. Parâmetros vitais dentro da
normalidade. Somente não acordava, não mexia, nada além de respirar, respirar,
respirar.
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Crônicas hospitalares,
Desconhecido
JOÃO ROCEIRO
sábado, 7 de julho de 2012
Avenor A. Montandon
João era um roceiro que carregava todos os dias a filha de sete anos, muito franzina, na distância que separava sua casa da escola, antes que assumisse as duras funções da capina que tocava “a meia” com o dono das terras. A botina mateira comia o cascalho com disposição e os braços fortes e rijas pernas pouco ressentiam nos 20 minutos de caminhada com a pimpolha nos ombros. A farinha de milho com café forte e uns biscoitos de Marieta, a mulher, eram sobremaneira salutares e ofereciam a energia para as tarefas do dia.
Súbito uma dor, um cansaço no peito, uma parada para se recompor. a interrogação preocupada: o que estaria acontecendo?
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Crônicas Médicas,
Paliativos
CONSIDERADO MORTO, HOJE VIVE E É FELIZ
sábado, 30 de junho de 2012
Avenor A. Montandon
Quando iniciamos o primeiro contato com os doentes graves que acabavam de chegar ao hospital, notamos um deles com grandes fraturas na face, mas que no entanto, não apresentava quadro clínico que merecesse uma interferência imediata ou uma atenção especial por parte dos médicos que atendiam. Seus companheiros à morte, careciam de nossa rápida dedicação.
Saíamos de uma cirurgia, quando deparamos com o dantesco quadro. Aquele doente enfrentava a morte frente a frente. Havia aspirado sangue, sentia-se asfixiado e, em pouco tempo, seu coração não mais batia. Deixava de haver movimentos respiratórios.
Não fosse a violenta intervenção aplicada: a abertura da traquéia com simples tesoura, massagem cardíaca e afinal, reanimação cardio-respiratória, não teríamos hoje a oportunidade de conversar alegremente com o senhor João Ribeiro.
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reanimação,
Traqueostomia
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